
«(...) olhando-a nos olhos, explicou-lhe que os sonhos - os mais importantes e desejados - quase sempre entram em conflito entre eles. Inevitavelmente temos de decidir por quais vamos lutar e aceitar os que são adiados, ficando, por tempo indefinido, mergulhados no espaço imenso que é a fantasia e a imaginação.»
by Closet
Há momentos em que ao passar os olhos pelos saltimbancos que fazemos da vida, batemos de frente com excertos que traduzem por palavras a barafunda que nos caracteriza.
Os sonhos são uma areia movediça perigosa sobre o qual caminhamos alegres e perfeitos ignorantes do perigo. Não interessa se não se sabe o que se quer, o essencial há-de sempre pertencer ao que não se quer. E a carência resulta da indefinição que damos a essa vontade.
Sei com toda a minha coerência pessoal que aquele é o devaneio morto ainda antes de nascer, mas no silêncio é dentro do peito que o sonho que mais se teme quer brotar, espreitando tímido, tentando sair da fantasia em que o trancamos.
Luta haverá sempre, sob o punho pesado dos sonhos reis e senhores prontos a sacrificar vísceras e coração, em prol de vitórias infrutíferas que nunca trarão a felicidade sem deixar um rasto de demasiadas baixas impossíveis de colmatar.