Devemos tudo à educação que nos é dada.
Mas há momentos em que ser politicamente correcta nos deixa a ferver por dentro. Amordaça-se a vontade de soltar meia dúzia palavrões feios por entre umas quantas verdades sob uma bofetada bem acente.
Devemos tudo à educação que nos é dada.
Mas há momentos em que ser politicamente correcta nos deixa a ferver por dentro. Amordaça-se a vontade de soltar meia dúzia palavrões feios por entre umas quantas verdades sob uma bofetada bem acente.
Toca o telemovel, uma mensagem.
Olho o remetente e quase que imagino o conteúdo sem ser preciso ler. Uma tentativa de estabelecer contato numa conversa de circunstância que corto de entermeio e que acaba sempre a falar do tempo.
Já perdi a conta às vezes que o fiz e ele já sabe de cor a resposta que irei dar quando ele me convida pela enésima vez para café. Nunca lhe aceitei um convite e nunca estivemos juntos para lá das meia dúzia de vezes em que fomos forçados a conviver entre amigos.
Por muito boa pessoa que ele possa ser à qualquer coisa que me faz afastar dele com a mesma gana que ele se tenta aproximar de mim.
Não o quero magoar, mas não me posso forçar a sentir o que não sinto.
As minhas intuições e escolhas deixam sempre a desejar.
Peço tanto por amor e depois continuo a fugir o mais que posso a quem me quis entregar o coração de bandeja.
Estas coisas do amor são uma treta. Só se devia gostar de quem gostasse de nós.
Uma clareza idónea que faz mal.
Uma certeza plena que dói.
Um conhecimento premonitório que dilacera.
Uma vontade cega de mandar tudo isso à merda e fazer mesmo assim.
O facebook é um lugar tão despropositado para mandar indirectas numa espécie de código que se supõe que mais ninguém vai perceber.
Se fui convencida ao achar que não sendo para mim me metia ao barulho? Talvez, mas dado os antecedentes e intervenientes em conversação é coincidência a mais e de acasos parvos está o mundo cheio.