Aquilo que nós queremos nem sempre é melhor que caminhar descalça em cima de brasas, porque pela enésima vez aquilo que eu quero vai doer.
O depois é sempre uma m$%&@.
Alguém que me segure, eu não o posso fazer.
Ousar querer com a mesma necessidade de quem mata a sede em água fresca, que escorre pela garganta, a travos fortes.
Só se vive uma vez, e arrependernos-emos mais do não vivido que de tudo aquilo que se deixou feito e perpétuado a tinta colorida. Palavras e frases cheias de cores vivas e pulsantes como deve ser registada cada sensação vital na memória.
Não tenhas medo, não sejas cobarde, não tentes travar aquilo que lá dentro está mais que decidido.
O comboio do tempo não espera e tu já vais tarde para comprar bilhete.
Salta e sê clandestino naquilo que de mais sagrado tens: a vontade.
Ter a inevitável capacidade de trazer a fome na pele. De querer e ir mais longe quase que alheia demais a qualquer consequência.
Um sinal da imensidão que se trás no peito sem medos e recuos.
Manias de ser e existir remetida aos frenesis que instigam a ir. Não se sabe porque não ou porque sim e não se procura saber. Atira-se ao desejo como um lobo faminto pela carne que vê no lado mais puro da sombra atada no escuro. Uma certeza chorada que não se extingue na chama da vontade de ver onde tudo termina.
É tarde demais para fugir, não se perdoa os gritos que não sairam do coração por medo do desconhecido.
Dá-me algo que possa agarrar, abraçar, apertar e guardar. Que fique refém da vontade e me sacie a fome de sentir. Porque tenho ganas de querer. Quero pedaços e bocados arrancados a ferro e fogo na batalha que só nós conseguimos perceber.
Não há vitória ou derrota apenas o jogo da adrenalina preso às cedências dos corpos moribundos à sucumbência das pulsões a que o passado pende.