Devemos tudo à educação que nos é dada.
Mas há momentos em que ser politicamente correcta nos deixa a ferver por dentro. Amordaça-se a vontade de soltar meia dúzia palavrões feios por entre umas quantas verdades sob uma bofetada bem acente.
Devemos tudo à educação que nos é dada.
Mas há momentos em que ser politicamente correcta nos deixa a ferver por dentro. Amordaça-se a vontade de soltar meia dúzia palavrões feios por entre umas quantas verdades sob uma bofetada bem acente.
Traiu o marido, ele sabe.
Pergunta à mãe se pode regressar a casa dela. Esta recusa e manda-a voltar para a sua casa.
Diz à mãe que jamais conseguirá viver a vida toda com um homem que não ama, mas regressa a casa e ao marido. Ambos fingem que está tudo bem. E, assim, vivem os três: ela, o marido e o fantasma do "não-amor".
Dizem-me tantas vezes para me deixar amar que o meu sentimento há-de vir depois, mas é perante os casos reais que tomamos noção da dimensão das teias que vivemos. Não temos vida suficiente para cometer os erros todos, há que sugar algumas aprendizagens dos que outros cometem. E eu não quero viver com um não-amor, eu quero um amor inteiro, porque sou suficientemente egoista para não me bastar o amor do outro, eu quero um meu, cá de dentro do coração, todo ele para lhe dar e corresponder.
Acabar as coisas do jeito que devem acabar e não da forma que queremos que acabe.
Que coincidam é o melhor que pode acontecer, mas nas restantes vezes apenas procuramos sentir-nos bem porque de alguma forma as coisas seguem o seu rumo.
Sabias que as estrelas cabem num frasco?
Naquele que guardamos em segredo a um canto que vamos buscar quando nos sentimos no escuro. É só preciso um pouco de audácia para o agarrar e alguma força para o abrir.
E quando gastamos toda a nossa força e temos as mãos tão doridas quanto a alma de tentar soltar a tampa pedimos complacentes um bocadinho mais de alento para o que der e vier, na capacidade de nos pôr nas mãos o brilho de uma vida inteira.
É engraçado como se consegue perceber a importância de pessoas na nossa vida estampada numa palavra "café".
Uma pessoa anda um mês a convidar-nos para café e nunca temos tempo. Uma outra pessoa convida-nos para um mesmo café e apesar de morta de cansaço, a querer cama, paz e sossego e quase a chegar a casa, dá-se a volta ao carro e segue-se à velocidade da luz de encontro ao café.