
Há já muito tempo que não saia até de manhã, e soube-me bem uma noite assim, dançar, rir, descontrair e sorver o ambiente.
Quase que sentia falta daquele reboliço de estudantes, animados em conversas paralelas, num emaranhado de gente como só aquela parte da cidade sabe ficar nesta altura. Nem acredito que terminei o curso e já não faço parte daquilo.
Contudo, ao entranhar-me cada vez mais naquele ambiente, afinal não lhe sentirei assim tanto a falta. Passar pelas miúdas e miúdos que parecem ter acabado de sair das saias dos pais e já estão ali vestidos e a comportar-se como "gente grande" de copo na mão, mete-me confusão. Elas nos seus saltos altissímos, muito maquilhadas e dentro de pedaços de pano que deixam mais à mostra do que aquilo que tapam não é normal. Eu, de sapatilhas, calças de ganga e t-shirt fui mais vezes chamada de caloira ontem que muitas daquelas raparigas que lá estavam a começar a gozar o seu tempo de estudante disfarçadas de mulheres.
Como dizem "momentos que passam, saudades que ficam", mas só de algumas coisas.