Toca o telemovel, uma mensagem.
Olho o remetente e quase que imagino o conteúdo sem ser preciso ler. Uma tentativa de estabelecer contato numa conversa de circunstância que corto de entermeio e que acaba sempre a falar do tempo.
Já perdi a conta às vezes que o fiz e ele já sabe de cor a resposta que irei dar quando ele me convida pela enésima vez para café. Nunca lhe aceitei um convite e nunca estivemos juntos para lá das meia dúzia de vezes em que fomos forçados a conviver entre amigos.
Por muito boa pessoa que ele possa ser à qualquer coisa que me faz afastar dele com a mesma gana que ele se tenta aproximar de mim.
Não o quero magoar, mas não me posso forçar a sentir o que não sinto.
As minhas intuições e escolhas deixam sempre a desejar.
Peço tanto por amor e depois continuo a fugir o mais que posso a quem me quis entregar o coração de bandeja.
Estas coisas do amor são uma treta. Só se devia gostar de quem gostasse de nós.