Café e conversa a duas.
Um recordar e falar de vidas.
Recuamos a uma lembrança com muito tempo, àquela noite.
Lembro a minha inquietude que do nada me fez querer partir dali, ela pediu-me para ficar numa espécie de pressentimento contraditório ao meu. Ignorei e levei avante a minha teimosia pura e segui caminho. Alguns segundos foi o bastante para que na terra que antes pisava eu estática pronta a partir esta sustentasse aquele que foi o meu primeiro amor.
Não nos cruzamos, não nos vimos, ela nunca me disse o quão perto estivemos de nos atravessar.
Ele nunca soube que eu ali estive e só hoje soube que ele ali esteve.
Um homem e uma mulher tão diferentes das crianças de outrora.
Separados pelo tempo que nunca foi nosso. Tão distantes na época como no coração.
Porque há lembranças que jamais devem ser trocadas pela doçura do que foi.
E nada acontece por acaso.