A meio da conversa que tinha com o colega de trabalho, olha para mim numa tentativa de espicaçar e professa que as mulheres bonitas são burras, é-lhes suficiente ser bonitas.
Não me considero bonita mas percebi perfeitamente a entoação que me dirigia. Permaneço ausente e incólume como se não fosse nada comigo. Continuarei a responder-lhe-ei tal como tenho feito até aqui quando ele me pergunta algo: “Não sei, não faço ideia”. Porque não sou obrigada a saber a legislação portuguesa de cor e salteado. Porque não tenho de dar quando me rotulam automaticamente de ser oco.
Não me interessa que esteja a ser avaliada, não quero saber se a minha nota depende dele. Quando merecem o meu trabalho dou-o nem que tenha de dar três voltas ao mundo e vir. Às restantes levam a burra que pediram e a mais não sou obrigada que ninguém me paga para lá estar.