Há sempre um pormenor nos homens que me chama mais à atenção e me mexe mais com os sentido que aquilo que gosto de admitir.
Há sempre um pormenor nos homens que me chama mais à atenção e me mexe mais com os sentido que aquilo que gosto de admitir.
É esta vontade que não me sai do peito. Loucura que me controla a mente e me pede e me ordena e me quer.
Uma pele sedenta daquele sal e suor que mexe comigo e me tira do mais sério que penso ser, num capricho a que resisto, ou tento com todas as forças resistir.
Flashes que me atormentam, do que não é, nunca foi e não quero que seja.
É carência, ambição e fome daquela droga feita carne e desejo que me sacia a demência com que luto cá dentro.
Um fogo que me pede que o faça arder e queimar num desejo tão consentido de ambas as partes.
Maldita luta inglória esta, sem bandeiras brancas de rendição quando a luta se trava a paixões indolentes.
É vontade, fraqueza ou mero desejo que se segura na palma da mão num trejeito indeciso? Juro que nunca hei-de perceber o que nos move e impele a agir assim ou assado.
Sabe-se o que faz mal e o que faz bem, o que dói e o que nos arranca o brilho e mesmo assim assentimos a passar por tudo como que a confirmar que se sente mesmo tudo e mais alguma coisa.
É mentira, que o fazemos porque tem de ser e por força das circunstâncias. Isso é o que dizemos aos outros tentando mentalizar-nos a nós disso.
Agimos para perceber se somos teimosos o suficiente para ambicionar e tornar real o que sabemos de antemão que está certo ou errado.
É tudo uma questão de logística sentimental num tocar para crer.
E na maioria das vezes passa-se a acreditar, pode é não ser no desejado tão afincadamente.
Porque gosto, me tira do sério e me mexe com os batimentos cardíacos.
Não sei imaginar o desejo em mim, como será, com quem e quando, mas há momentos, pessoas e instantes em que tudo se resume a um acontecimento único no regaço de um peito completo.
Agitar veloz do sangue num coração irregular que bate descontrolado.
Uma pulsão do corpo que exala o desejo que não consegue esconder. Turbilhão no meio da multidão num mistura de odores e jeitos a que pareço responder. Mas é forte e eu fraca. Porque sinto, porque quero.
Escuridão singular da alma que subsiste num fantasma imortal que vai corroendo aos poucos o laço de inocência que me ata.
O que quer se que faça ou sinta está errado e certo numa antítese de quereres. Pontos-chave de tesão carnal para lá do palpável em sonhos e quimeras.
Queda no mergulho íngreme das palavras que destroem o que o corpo não consegue ocultar. São meros tremores cativos que propagam no vazio o amargo travo da impotência de esticar o braço e sorver a pele que se estende mas que está tão distante como o céu do mar.