No outro dia enquanto procurava um papel encontrei uma velha caixa de sapatos. Vasculhei esses pedaços de infância. Bilhetes de cinema, de comboio, bilhetinhos trocados nas aulas, cartões, cartas, tudo o que se pode imaginar guardado e esquecido com o passar dos anos.
Sempre gostei de bilhetes e cartas e de guardar tudo que que tivesse memórias, mesmo que hoje não esteja bem certas delas ao olhar para aqueles bocados amarrotados de lembranças. Outros lembro-me mais do que queria. Daqueles com caligrafia bem demarcada carregada de cheiros, sentimentos e recordações palpáveis.
Quantos bocados de papel encontrei que nunca chegaram ao destinatário, outros que não passam de desabafos meus. O que me ri com eles ao relê-los e quanta saudade consegui sentir de como naquele tempo tudo era simples e inocente.
Gostava de poder sentir todo aquele turbilhão de sentimentos outra vez. Às vezes t
enho pena de nunca ter recebido uma carta de amor, daquelas à séria, que fazem sonhar .