Saio com umas amigas com que não estava á algum tempo e de permeio numa das conversas no bar entra um grupo de conhecidos. “Já dei umas voltas com aquele” diz uma delas baixinho. Passado um pouco chama de novo a atenção “estão a ver aquele ali de camisola azul e olhos verdes? Aquele que está a falar com o que dei umas voltas, também já me diverti com ele”. Fala baixinho mas de olhar confiante. E, nisto, alguém lhe pergunta pelo X e ela responde descontraidamente que é não é nada sério, é apenas para dar umas voltas, perante o olhar escandaloso de umas e o ar de “és a minha heroína” de outras. Assisto é cena sem conseguir evitar sorrir e faço as contas mentais às aventuras que lhe sei e às que provavelmente nunca irei sequer suspeitar. Lembro-me duma á uns anos naquele jantar em que o A trouxe dois amigos para conhecermos. Ninguém sabia onde ela se tinha enfiado quando de repente ela aparece com um dos amigos meio despenteados e esbaforidos vindos de um dos quartos.
Admiro a sua descontração de levar a vida mas não lhe invejo nada.
Ela é feliz assim e condena-me porque não faço o mesmo que ela. Que tenho 24 anos e não estou a aproveitar a vida. Talvez, mas ter aventuras de uma noite para mim nunca será a minha forma de aproveitar a vida, há mais para além de noites em que se deita acompanhada e se levanta sozinha.