Devemos tudo à educação que nos é dada.
Mas há momentos em que ser politicamente correcta nos deixa a ferver por dentro. Amordaça-se a vontade de soltar meia dúzia palavrões feios por entre umas quantas verdades sob uma bofetada bem acente.
Devemos tudo à educação que nos é dada.
Mas há momentos em que ser politicamente correcta nos deixa a ferver por dentro. Amordaça-se a vontade de soltar meia dúzia palavrões feios por entre umas quantas verdades sob uma bofetada bem acente.
Não sei qual dos dois seria mais maluco.
Eu por si só no meu estado normal ou o alguém capaz de perceber tal loucura.
Eu já vou tão poucas vezes à farmácia porque razão tem de lá estar sempre aquele cromo a atender quando preciso de ir?
Estão várias pessoas a atender mas por obra da coisa parva ele fica sempre livre para atender o cliente seguinte na minha vez. Até parece que faz de proposito, assim que me vê entrar esboça logo um sorriso a olhar-me de soslaio, ao estilo qual será a vergonha que me fará passar. Desta vez foi por por causa duma pergunta que fiz relativamente às horas a que o medicamento tinha de ser tomado.
Detesto aquele cromo, qualquer dia deixo definitivamente de ir àquela farmácia.
Dizem à boca cheia que tudo o que conseguimos na vida depende de nós e das nossas ações mas para tudo na vida é preciso uma certa dose de sorte.
Pode-se estrebuchar, esfolar joelhos e cotovelos ou perder a voz de tanto gritar porque no fim de contas é aquela grama de sorte ou azar muda tudo. E não lhe podemos fugir. Nem contornar nem passar longe. Porque a vida é isto. Dependemos do que não controlamos.
Pode haver quem não acredite, almas ingénuas que procuram na racionalidade o que não tem explicação. A essas eu sorrio e continuo porque também eu já fui assim.
É uma sina que nos molda e quando não é para ser não adianta quantas vezes fazemos das tripas coração porque o destino troca-nos as voltas antes mesmo que tenhamos tempo de lhe baralhar as cartas.
Colocas-te na prancha das palavras.
Dizes o que tens a dizer sem floreados nem adjectivos. Só é preciso ler nas entrelinhas e essas para bom entendor meia palavras basta.
E depois ou saltas ou saltas porque as palavras ditas ecoam para sempre, escondidas na consciência e à espera do momento certo para retornar.