Olho para o relógio que marca já quase quatro da manhã.
Perco-me sempre nas horas quando fico a trabalhar no computador até tarde. A noite sabe-me bem assim, perdida algures com o cérebro em funcionamento a meio termo em qualquer coisa de útil que não as parvoíces que me saltitam cá dentro. Afinal cá dentro tudo não passa de uma grande confusão.
Tiro tempo para as precedências quando o sono teima em vir mas o cansaço acusa lentamente no corpo moído. Amanhã é véspera de Natal. Mal dei conta que o tempo tinha passado. Por qualquer motivo que desconheço perdeu-se algures uma espécie de magia natalícia que contagia tudo à sua passagem. As ruas estão quase despidas, os corações estão sem calor e o espírito não entrou.
Talvez amanhã ele chegue. Por hoje está tudo muito vazio e desprovido de emoções.